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Aprenda a gerir melhor o seu dinheiro em 2011

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Mensagem por Nemmelodigas Qua Dez 22, 2010 1:58 pm

O Económico foi descobrir junto de sete personalidades, da economia à política, conselhos de poupança e investimento para 2011.

Multas de parquimetro, quotas do Benfica, a assinatura do clube de ginástica e, invariavelmente, os impostos. O que têm estes dados em comum? Foram dinheiro mal gasto. Prestes a entrar em 2011 é tempo de fazer o balanço de 2010 e delinear compromissos com o novo ano. Foi isso que o Diário Económico pediu a sete figuras públicas, da economia à política, dos mercados às empresas. António Bagão Félix, José Santos Teixeira, Nuno Serafim, Pedro Lino, Assunção Cristas, Mário Ferreira e Natália Nunes deixam-lhe alguns desabafos e bons conselhos para gerir melhor as suas Finanças Pessoais em 2011.

Primeiro passo: carpir as mágoas do dinheiro mais mal gasto no último ano. "Embora o imposto seja por natureza isso mesmo - imposto - não me conformo com a parte do que paguei destinado a financiar mordomias de empresas e institutos públicos via transferências do Orçamento do Estado", conta o actual professor catedrático e ex-ministro das Finanças, Bagão Félix. Para Nuno Serafim, Director-geral da IG Markets para a Península Ibérica, o investimento mede-se, claro está, pelo retorno. E novamente os impostos: "Considerando o retorno praticamente nulo que me proporcionam, os impostos que paguei foram porventura o pior ‘value for money' da totalidade das minhas despesas em 2010", diz.

Cumprindo o ADN português, quando não se fala de impostos, fala-se do Benfica: "Também considero mal gasta a minha quota-parte da quota de sócio do Benfica que pagou aos intermediários-vampiros das transferências", acrescenta Bagão Félix. Depois existem as malfadadas multas de parquímetro, quais cogumelos no limpa pára-brisas, que o diga Pedro Lino, CEO da DiF Broker. Ou a assinatura do clube de ginástica, "com excelente piscina que pouco utilizei por excesso de preguiça, mas que mantenho como ‘meio de pressão' psicológica para ver se perco uns quilos", um testemunho de José Santos Teixeira, presidente da Optimize. Quase impossível não sorrir, tal a familiaridade do assunto.

Os pequenos grandes mimos, como um quadro de uma pintora portuguesa famosa, ao qual o empresário Mário Ferreira, CEO da Douro Azul, não resistiu ao apelo, também podem ser dinheiro mal gasto. Pelo menos na medida em que se inserem no "O" de "CENO". Um conselho do ex-ministro das Finanças, muito útil quando aquele ‘gadget', tão apetecível e tão caro, tolda o pensamento : "Apliquem aos gastos pessoais a hierarquia ‘CENO' de qualquer decisão, distinguindo por esta ordem as prioridades: crítico, essencial, não essencial e opcional".

Mas existem sempre aqueles pequenos "pecados" dos quais não consegue abrir mão. "O pequeno almoço fora de casa. Já fiz as contas, já vi o peso que esta despesa tem mensal e anualmente no meu orçamento, e também já analisei o que poderia fazer com o dinheiro que gasto", confessa Natália Nunes, jurista da Deco e responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado. Já Bagão Félix não resiste a livros, CD's de Philip Glass e "A Bola". Nuno Serafim e José Santos Teixeira não dispensam as viagens: "Férias e viagens são as despesas, aparentemente supérfluas, que não consigo evitar por as ver mais numa óptica de investimento pessoal e familiar do que propriamente como despesa", conta o responsável da IG Markets. Mas existem pormenores que podem fazer toda a diferença. José Santos Teixeira não abre mão das viagens a Paris, "mas procuro sempre no site Opodo.com as soluções mais baratas. E consigo milagres nos preços", diz.

Pequenos truques que ganham dimensão, principalmente, em 2011.

Poupar, investir, ganhar
Não há ilusões: 2011 não vai ser um ano amigo dos orçamentos familiares. Desemprego, cortes salariais e aumento de impostos são o prato principal, com expectáveis subidas das taxas de juro e difícil acesso ao crédito como complementos. O que fazer? Uma das respostas óbvias é "poupar", e para isso ninguém melhor do que Natália Nunes para lhe dar a receita: "Muitas vezes as pessoas olham apenas para a sua conta bancária no início e no fim do mês e não sabem exactamente para onde vai o seu dinheiro apesar de muitas vezes pensarem que sabem". Portanto, o primeiro passo é fazer um orçamento familiar, registando mensalmente todas as despesas. O objectivo é ganhar hábitos de poupança, para conseguir um pé-de-meia que represente cinco a seis vezes o rendimento mensal. "Na verdade, se tivermos uma postura activa, por exemplo, nas idas ao supermercado, em casa, no banco, na seguradora, apesar de nos exigir algum tempo, conseguimos gastar menos", explica a responsável da Deco.

Outra forma de ver as suas poupanças crescerem é através do investimento. E para as famílias portuguesas, geralmente tão avessas ao risco, José Santos Teixeira deixa o conselho: "Abandonem definitivamente a ideia dos investimentos "garantidos" que não só são pouco rentáveis, logo empobrecedores e que estão na origem das "desgraças" financeiras - ‘subprime', Madoff, BPN e BPP - e substituam por investimentos em empresas cotadas, via fundos, na área internacional". E explica: "A população mundial vai aumentar em três mil milhões, dos quais 95% na Ásia. É aí que está o crescimento da riqueza do século XXI". Também Nuno Serafim aconselha, a quem esteja na primeira metade da sua vida activa, a alocar uma parte mais significativa das poupanças em activos de risco, como acções e ‘commodities'. Ou no caso de Pedro Lino, em acções e ETF's, "cujos índices devem subir nos próximos dois anos". Fica ainda um conselho de Nuno Serafim para quem esteja a pensar contrair crédito: Utilize os indexantes de maior maturidade, seis e 12 meses.

O que deveria ser mais barato e não é?

Para Mário Ferreira, os combustíveis surgem no topo da lista: "O seu elevado preço afecta transversalmente imensos sectores da nossa economia". Aos combustíveis, Pedro Lino acrescenta a energia eléctrica e as fraldas, enquanto para Assunção Cristas, deputada pelo CDS-PP, os livros são uma prioridade. António Bagão Félix vai dando exemplos: "Medicamentos, água, lentes, e tantos outros bens e serviços". Na base de todos, algo em comum: "Genericamente a carga fiscal que existe em Portugal é desajustada ao padrão de rendimentos médios que temos. Um Estado excessivo em dimensão e pouco racional na hora de alocar recursos reflecte-se em impostos exagerados que indirectamente tornam caros a generalidade dos produtos e serviços que consumimos", diz Nuno Serafim. Já José Santos Teixeira responde: "Todas as despesas com a educação e em geral com as actividades dos jovens, para que eles não constituam "a geração sacrificada". E acrescenta: "De igual modo o nível do "Abono de Família " tem de ser reposto. É incrível como um Estado dito social toma uma medida deste tipo no ano em que o número de nascimentos passou a ser inferior ao número de falecimentos. É que não é possível o crescimento económico com menor população".
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